Quais as diferenças entre gagueira, disfemia e disfluência?

A fala é um dos principais instrumentos de comunicação dos humanos com o mundo. É claro que existem outras formas de interação, mas qualquer problema com essa função pode causar insegurança tanto em adultos quanto crianças.

Por isso, é importante conhecer os diferentes transtornos de fala para que se conheça as melhores terapias que ajudam lidar com esse problema. Você conhece a diferença entre gagueira, disfemia e disfluência?

Muitas pessoas confundem esses termos e acreditam tratar-se de uma coisa só. Entretanto, eles representam tipos de alterações na fala diferentes entre si (tome cuidado também para não confundir problemas de fala com problemas de voz).

Para você entender melhor essas diferentes alterações, segue abaixo um resumo com as principais características de cada uma delas:

Disfemia

A disfemia normalmente manifesta-se no indivíduo entre os 2 e os 5 anos de idade. Trata-se de uma característica genética que atinge pessoas de todas as raças e classes sociais. Normalmente, o indivíduo não consegue expressar uma ideia sem repetir algumas sílabas diversas vezes, o que se intensifica quando fica nervoso

Na maior parte dos casos, os sintomas desaparecem até os 5 anos de idade. Caso o problema persista mesmo após essa idade, é possível que esteja ligado a alterações cerebrais. Por isso, o ideal é procurar ajuda profissional o mais cedo possível, normalmente essa alteração é tratada por um fonoaudiólogo.

Disfluência

Pode-se dizer que um indivíduo capaz de falar frases concisas, mantendo ritmo e harmonia, é fluente naquela língua, correto? Desse modo, quem sofre de disfluência não consegue manter esse ritmo.

Durante o discurso, podem aparecer repetições, alongamentos, apagamentos, inserções, pausas preenchidas, substituições, truncações, pausas silenciosas atípicas, marcadores de edição, erros morfossintáticos, dentre outros: tudo isso é sintoma de disfluência.

Cada grupo de sintomas desse transtorno está ligado a determinado componente da fala. É claro que qualquer um de nós está sujeito a cometer esses “erros” durante um discurso, mas para os portadores de disfluência, isso se torna rotina. É impossível que falem sem recair em alguma dessas dificuldades.

Gagueira

O senso comum classifica qualquer transtorno de fala que tenha como principal característica a repetição como gagueira. Entretanto, a gagueira é, na verdade, um dos sintomas tanto da disfemia quanto da disfluência.

Nesta última, por exemplo, interlocutor pode ter problemas com repetidos bloqueios, ou seja, interrompe palavra ou frase repentinamente e demonstra grandes esforços para retomar a fala. Também pode ter problemas com interjeições, de modo que insira recorrentemente termos sem sentido ou coerência no meio do discurso.

Normalmente, quando o indivíduo se vê diante de uma situação embaraçosa ou desafiadora, esse sintoma tende a se intensificar. Por causa disso, há alguns que se envergonham e se tornam pessoas mais fechadas, evitando interações. Esse não é o melhor caminho, visto que a ajuda médica é eficaz no tratamento do problema.

Entendeu a diferença entre esses três termos? Entendeu também a importância de procurar um médico o mais cedo possível quando da ocorrência de algum desses sintomas? Leia também este artigo com 6 dicas para vencer a gagueira que surge somente quando falamos em público.

Dra. Cristiane Romano
Palestrante Internacional, Fonoaudióloga de formação, sempre foi apaixonada por Oratória e durante sua carreira percebeu o quando as pessoas deixam de ganhar e crescer profissionalmente por não possuírem domínio da oratória. Nos últimos 18 anos tem estudado e aplicado suas técnicas para milhares de pessoas, técnicas essas desenvolvidas e validadas em seu Mestrado e Doutorado pela Universidade de São Paulo (USP). Possui também formação internacional pela Universidade de Ohio nos Estados Unidos.