A voz é uma das principais ferramentas que as pessoas têm para se expressar diante do mundo e todos à sua volta. Ela é um elemento individual e único, que muda de acordo com o sexo, idade, personalidade e cultura, e pode refletir diversas características de cada um.
Dada a sua importância na comunicação cotidiana e em relações interpessoais e profissionais, as alterações da voz podem ter um grande impacto sobre o dia a dia das pessoas. Entre eles, podemos destacar a disfonia, principal sintoma de distúrbio da comunicação oral.
Por isso, no texto de hoje falaremos mais sobre a disfonia, suas causas, prevenção e tratamento. Acompanhe!
O que é disfonia?
A voz emitida durante a fala se origina da vibração das pregas vocais (cordas vocais), que ficam localizadas na laringe. Quando falamos, as pregas vocais se aproximam e o ar sai dos pulmões, passando pela laringe e causando uma vibração.
As cavidades da cabeça (faringe, boca, nariz) funcionam como um alto-falante natural para a emissão de sons. Por fim, os sons falados são articulados na boca, por meio dos movimentos da língua, lábios, mandíbula, dentes e palato.
A disfonia, embora seja reconhecida apenas como a rouquidão da voz, representa todas as dificuldades ou alterações na emissão natural dela. Seu surgimento está relacionado a uma alteração funcional ou orgânica das pregas vocais. Ela se manifesta por sintomas como:
- esforço ao emitir a voz;
- dificuldade em manter a voz;
- rouquidão;
- variações na frequência habitual da voz;
- falta de volume ou projeção da voz;
- perda da eficiência vocal;
- afonia (perda da voz).
- dor ao emitir sons;
- falta de ar ao falar;
- engasgos até com saliva
A alteração pode ser classificada em quatro níveis de intensidade:
- leve: disfonia eventual e quase imperceptível;
- moderado: disfonia acontece regularmente, é percebido pela própria pessoa e pelos outros, a voz apresenta oscilações e esforço;
- intenso: disfonia acontece constantemente, a voz é pouco audível, apresenta grande esforço e intensa fadiga;
- extremo (afonia): ausência parcial ou total da voz.
A disfonia não é caracterizada como uma doença em si, e sim um sintoma presente em diversas condições.
Quais as suas causas?
As causas da disfonia são diferentes de acordo com o tipo de alteração.
Disfonia funcional
Neste caso, não há nenhuma alteração estrutural das pregas vocais, e a disfonia é causada pelo mal uso ou abuso da voz. As principais causas são:
- uso incorreto da voz: pessoas que usam a voz intensamente diariamente e não mantêm os cuidados necessários;
- inadaptações vocais: falha na adaptação entre as diferentes estruturas envolvidas na produção e projeção da voz;
- alterações psicoemocionais: emoções intensas que causam alterações na fala (raiva, ansiedade, alegria, medo).
Disfonia orgânica
Alterações anatômicas primárias das cordas vocais que causam disfonia. Podem ser unilaterais ou acometer as duas pregas vocais. As causas orgânicas são:
- nódulos: lesões benignas das pregas vocais que são comuns em pessoas que utilizam a fala para o trabalho;
- pólipos: lesões de caráter benigno com sangue, geralmente originárias de uma lesão aguda;
- paralisia das pregas vocais: ocorre devido a lesão de nervo, causada por alterações cerebrais, cardíacas e tumores;
- laringites: inflamação da mucosa da laringe causada por infecção viral ou bacteriana;
- edema de Reinke: acúmulo de fluido nas cordas vocais causado pelo tabagismo prolongado;
- câncer de laringe;
- outras condições de saúde que causam alteração nas estruturas envolvidas na emissão da voz: gripes e resfriados, alergias respiratórias, sinusite, amigdalite.
Disfonia orgânico-funcional
As disfonias orgânico-funcionais se iniciam como disfonias funcionais que, sem o tratamento necessário, evoluem para o surgimento de alterações na estrutura das pregas vocais. Costumam surgir nódulos ou pólipos na região, chamados de “calos” vocais.
Como evitar?
Os cuidados com a voz são essenciais para sua preservação e prevenção do surgimento da rouquidão e outras alterações. Estes cuidados são especialmente importantes para os profissionais que trabalham com a fala diariamente e dependem dela para o exercício de sua função, como professores, apresentadores, telefonistas, cantores, secretárias e apresentadores, entre outros.
Os principais cuidados com a voz são:
- beber pelo menos 2 litros de água por dia, em temperatura ambiente;
- fazer intervalos para beber água quando falar muito;
- levar uma garrafa de água consigo para garantir a hidratação frequente da garganta;
- evitar fumar e ingerir bebidas alcoólicas;
- evitar gritar ou falar muito alto;
- tratar adequadamente alergias e doenças respiratórias, com auxílio médico;
- manter a cabeça ereta enquanto fala, para facilitar a fonação;
- buscar uma vida com menos estresse, que traz diversas alterações de fala;
- manter uma alimentação balanceada, pois problemas gástricos também afetam a voz;
- realizar exercícios vocais orientados por fonoaudiólogos.
O treinamento vocal através de exercícios vocais podem ajudar a evitar o problema e precisam ser praticados por pessoas que usam a voz constantemente. Os exercícios utilizados são indicados individualmente pelo profissional fonoaudiólogo.
É preciso ter cuidados com os exercícios que não são indicados por profissionais, como aqueles presentes na internet. Exercícios mal feitos e sem acompanhamento podem causar danos.
Como tratar?
A falta de prevenção ou o uso abusivo da voz podem tornar necessário o tratamento para a disfonia. O tratamento de primeira escolha consiste na redução dos fatores causais (uso inadequado da voz, tabagismo), repouso vocal e tratamento fonoaudiológico, a fonoterapia.
O médico otorrinolaringologista faz o diagnóstico por meio de exame clínico e exame de imagem (videolaparoscopia). Já o fonoaudiólogo faz um exame para determinar o tipo de disfonia, o grau de intensidade e os aspectos do comportamento da pessoa relacionados ao surgimento da rouquidão.
A fonoterapia é a terapia fonoaudiológica, que visa minimizar a disfonia por meio de exercícios da voz.
Casos persistentes ou mais graves relacionados à disfonia precisam ser tratados cirurgicamente, com remoção da lesão (nódulo, pólipo) ou reconstrução da prega vocal. Para isso, é necessário um exame otorrinolaringológico detalhado, para melhor visualização das pregas vocais e outras estruturas envolvidas na fala e identificação do problema.
Lembre-se que a rouquidão persistente não é normal e demanda a procura por profissional de saúde especializado na área para acompanhamento e tratamento. A prevenção é o melhor caminho para a manutenção de uma voz saudável.
Você gostou de saber mais sobre a disfonia? Você tem ou já teve esse problema? Então deixe um comentário no post e compartilhe com a gente a sua experiência no assunto!
Parabéns Cristiane pelo postagem, ajudou a esclarecer alguns pontos. Eu fui diagnosticada com disfonia após uma laringite, na verdade não sei se foi a laringite que ocasionou esse problema, ou se já tinha e eu não sabia. Fiz fono durante algum tempo, mas eu não era disciplinada e não resolveu nada, mas agora preciso resolver isso logo, pois passei em um concurso e precisarei fazer esse exame. Estou correndo contra o tempo, mas não sei se é possível resolver isso. Será que tem cura?
Abraços, Célia.
Ola Célia tudo bem? Gratidão por seu comentário. O ideal eu ver seu exame para podermos avaliar. Onde você mora? Qual cidade? Caso deseje entrar em contato para agendarmos uma avaliação, o telefone é (37) 3351-2113. Abraços!
Boa noite! É exatamente o que aconteceu comigo, após radioterapia da laringe. Fiquei rouco e cansado. Sabendo que tem como tratar fique tranquilo. Parabéns. Abracos
Tem sim!Sempre busque ajuda. abraço
Obrigada pelo esclarecimento. Fui diagnosticada com esse problema, faço terapia com a fonadiolaga há mais de dois anos,sinto que melhorou pouco,as vezes penso que tá normal, porém volta tudo dinovo.
Obrigada pelo esclarecimento. Fui diagnosticada com esse problema, faço terapia com a fonadiolaga há mais de dois anos,sinto que melhorou pouco,as vezes penso que tá normal, porém volta tudo dinovo.